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Defecando (mais uma vez) em cima da Física Quântica

junho 16, 2014
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A emissora de TV que já deu espaço para Cosmos e Poeira das Estrelas resolve abraçar o sensacionalismo barato e tenta produzir reportagens sérias e confiáveis como a do ET Bilu de sua concorrente TV Record, mostrando que a TV brasileira pode sim chegar ao nível internacional de um History Channel.

Estou falando aqui dessa reportagem, da TV Globo. Aparentemente uma família escuta barulhos no telhado e isso vira notícia. E pra piorar, eles resolvem relacionar com espíritos. Pra piorar ainda mais, a equipe de reportagem resolve chamar um suposto físico para dizer que tudo isso aí é explicado pela misteriosa “física quântica”.

coco

Vamos do básico: Física quântica é a ciência que estuda os objetos e partículas muito pequenas. Assim como a astronomia estuda astros e a biologia estuda formas de vida, a física quântica possui suas ferramentas matemáticas e conceituais específicas para estudar o que acontece nas menores escalas da matéria. Mais sobre isso, aqui.

É verdade que muita coisa da física quântica parece ser contra-intuitiva. Por exemplo, quando estudamos o movimento de partículas como elétrons ou prótons, a própria ideia de “movimento” e “trajetória” já é bem diferente do que estamos acostumados quando falamos do movimento de uma bola de futebol. O determinismo clássico, isto é, o poder de previsão do que exatamente vai acontecer nos instantes seguintes deixa de valer, e uma descrição probabilística começa a entrar em jogo.

Isso NÃO significa que, por ser probabilístico, qualquer coisa vale. Já disse aqui e repito. O fato de uma moeda jogada para cima ter apenas chance de ser cara ou coroa não implica que exista a possibilidade da moeda se transformar num dragão verde e sair cuspindo fogo por aí. Da mesma forma, um elétron pode estar com esta ou aquele spin, mas isso não significa que ele contenha a essência de Deus ou esteja em contato com espíritos do além, ou qualquer bobagem assim.

Não quero entrar num ataque ad hominem profundo ao físico entrevistado. Vou só me restringir ao fato de que ele nunca trabalhou com física quântica, ou com qualquer ramo da física, para ter ideia do que é isso. Seria algo como um sujeito formado em enfermagem sair por aí em rede nacional falando que vacinas carregam Shub-Niggurath para dentro da pessoa. Sim. É a esse grau de ridículo comparativo que o entrevistado (e a reportagem) chega. Pra ficar mais divertido, o cara resolve falar de “dimensões” e outros universos. O conhecimento dele se restringe a um nível de documentários do Discovery Channel e filmes B de ficção científica. Só isso. Não há nada nas afirmações dele que se assemelham, nem mesmo pouco, com hipóteses de dimensões extras exploradas por pesquisadores sérios.

Sim, pesquisadores sérios utilizam hipóteses da existência de dimensões extras para explicar fenômenos físicos reais. Mas nenhuma dessas pesquisas sérias sobre física de partículas ou de dimensões extras explica fenômenos paranormais. Simplesmente porque fenômenos paranormais não existem. Ou pelo menos todos os casos já documentados até hoje podem ser explicados muito bem por coisas bem naturais. Se esses fenômenos se encaixam em alguma ciência, é a da psicologia, no estudo de demência, alucinação ou outros efeitos similares.

E por que existe essa onda loca toda com física quântica? Simples. Porque é uma ciência ainda desconhecida para boa parte da população. Então é fácil falar qualquer bobagem a respeito. Você tem a chance de ter pessoas acreditando nas suas mentiras. Esse tipo de coisa não é novo. É comum em livros escritos no século 19 e 18 pessoas relacionando fenômenos paranormais e espirituais com “magnetismo” ou “eletricidade”. Magnetismo e eletricidade era a ciência nova da época. Por mais que equipamentos eletrônicos já fossem cada vez mais utilizados, a ciência por trás ainda era um grande mistério. Hoje esse mistério diminuiu pois um básico desses assuntos são estudados no ensino fundamental e médio. O que evita (mas não elimina completamente) que pessoas saiam associando esses fenômenos com hocus pocus.

Mais uma vez, me decepciono com esses “jornalistas” (merecem as aspas para não serem confundidos com os profissionais sérios – aparentemente em extinção – que existem por aí), que fazem qualquer coisa por atenção. Bom, pelo menos, de mim, ganharam. Me pergunto se o lema deles não é simplesmente “falem mal, mas falem de mim”.

Para uma curta explicação de como dimensões extras são hipóteses estudadas seriamente por pesquisadores do mundo todo, assistam a esse meu video:

32 Comentários leave one →
  1. Thiago M. Guimarães permalink
    junho 17, 2014 12:10 am

    cara, você anda lendo Lovecraft?

    • D-Dimensões permalink*
      junho 17, 2014 1:47 pm

      Li só algumas coisas, mas tem tempo. Só quis soar cult 😉

  2. julho 10, 2014 11:13 am

    Mais um leigo em física aqui (eu) fazendo perguntas inúteis. rs
    O chamado espaço-tempo não é considerado a quarta dimensão?

    • D-Dimensões permalink*
      julho 14, 2014 12:07 am

      O Jefferson. Na relatividade, o espaçotempo é um espaço de quatro dimensões, e não “a” quarta dimensão. Por exemplo, um cubo possui 3 dimensões, altura, largura e profundidade. Se você adicionar uma quarta, por exemplo o tempo, você terá um espaço de 4 dimensões.

      • fevereiro 15, 2016 10:37 pm

        E como se adiciona uma quarta dimensão ao cubo?
        Na prática, o que é um espaço de 4 dimensões?

  3. dezembro 28, 2014 1:26 pm

    O fato de alguns mestres zen explicar a física quântico a seu modo a seus seguidores, mostra o quanto é falho a nossa educação. O nosso ensino é extritamente materialista, começamos o estudo de física assim: matéria é tudo que tem massa, solido, pode ser medido, tocado etc. etc. Mas quando uma pessoa descobre que o eletron, que tem massa, também é onda, bum a cabeça explode e já serve para o místico dizer que o mundo “físico” não existe, é um mundo criado pela percepção que “escolhe” a parte partícula porque é conveniente. Que pode existir várias “frequencias” onde está Deus, anjos demônios etc. Então as pessoas pensa que a Ciência tá servindo ao Capital, tá escondendo o jogo, etc. e isso faz sentido prá caramba, embora prá você na sua opinião é apenas merda.

    • D-Dimensões permalink*
      dezembro 28, 2014 7:19 pm

      Oi Storvs,
      concordo bastante com você. Mas eu não sou tão odioso como você me fez parecer no final. Eu não culpo o leigo que cai nessa conversa fiada, mas sim aquela pessoa que se faz valer de um diploma para falar bobagem ou intencionalmente ou acidentalmente (o que me faz questionar a qualidade do tal diploma).

    • fevereiro 7, 2017 8:13 pm

      Como vocês sabem que o elétron tem massa ?
      Vocês conseguem distinguir as forças envolvidas nesse processo ?

      A força eletrostática é a atração ou repulsão que o elétron exerce
      sobre os átomos carregados positivamente ou negativamente, diferente da força gravitacional, que é causado pela tal massa do elétron em relação a matéria.

      Me expliquem isso, como é possível medir a massa do elétron se ele é constantemente influenciado pela força eletrostática ?
      Pra mim a massa do elétron não tem o mínimo tem sentido, e questiono sobre isso: e se o elétron não for uma partícula e sim uma força fundamental que compõe o átomo?

      No meu ponto de vista abaixo do átomo não existem partículas e sim forças fundamentais que compõe o átomo, como a eletricidade e magnetismo.

      Partículas me remetem a ideia de que o átomo possui em sua composição ingredientes materiais.
      Se o elétron é uma partícula, então de que tipo de matéria o elétron é composto?

      O elétron é eletricidade, uma força que compõe a matéria, está além da matéria, e portando não tem sentido dar ao elétron propriedades materiais e chama-lo de partícula, que possui massa.
      Tudo o que possuiu massa pode ser analisado sob a lógica da mecânica newtoniana.

      O elétron pode ser analisado sob a lógica newtoniana ? Não né ?
      Então, logicamente, o elétron não tem massa.

      Bom , agora vocês podem me chamar de louco, e me rotular como aquele que renegou as bases fundamentais da Mecânica Quântica.

      Pra concluir, peço que me provem que o elétron tem massa, hehehe.
      Que tipo de balança, experiemento ou equação pode medir a massa do elétron ?

      Sir Joseph John Thomson, o descobridor do elétron, mediu a massa do elétron com um experimento muito maluco.
      Mas duvido dos resultos, pois como disse, como podemos diferenciar a força eletrostática do elétron da força gravitacional da sua “massa” ?

      • fevereiro 7, 2017 10:40 pm

        Ah, só pra completar, duvido da existência das tais partíclas quânticas, duvido que o átomo possua esse zoológico de partículas, como quarks, léptons, bósons, etc.

        Todos os detectores dentro dos aceleradores de “partículas” são circuitos feitos de átomos.
        Então questiono, o que os átomos dos detectores do acelerador podem detectar?
        No meu conhecimento geral de 29 anos na área da Eletrônica constatei que os átomos em um circuito detector podem “sentir” o magnetismo, a eletricidade, e o eletromagnetismo.

        E isso quer dizer que em um circuito detector feito de átomos, seja ele qual for, não é possível detectar diretamente um bóson, ou um quark, ou um lépton, etc.

        Mesmo em um contador Geiser, os prótons não podem ser detectados diretamente.

        A detecção de prótons é feito indiretamente, o detector Geiser acusa uma corrente elétrica quando o próton é detectado.

        O nêutron também não pode ser detectado diretamente, sua detecção precisa ser convertida em eletricidade também.

        Enfim, na verdade nenhuma partícula quântica no acelerador de partículas foi realmente detectada, o que ocorreu foi uma suposta influência das tais partículas quânticas nos circuitos detectores no interior do acelerador.

        Tudo, absulutamente tudo, dentro de um acelerador de partículas, precisa ser convertido em sinais elétricos para ser “visto” pelo computador, NÃO EXISTE DETECÇÃO DIRETA DAS TAIS PARTÍCULAS !

        Agoro eu pergunto, essas partículas realmente existem?

        Se existem, ou elas são feitas de eletricidade, ou são feitas de magnetismo, ou de eletromagnetismo, ou seja, essas são as forças que um circuito detector feitos de átomo pode detectar no contexto do acelerador.

        Veja só, até mesmo a tal detecção das ondas gravitacionais é feita indiretamente atrevés de um laser !

        Pra finalizar deixo claro que isso é um ponto de vista pessoal, e evidentemente para os adeptos da Física Quântica pode parecer um grande delírio.

        Mas se alguém quiser me explicar como um circuito detector feito de átomos detecta um bóson, fique a vontade.

        Pois quero tentar entender que tipo de força é um bóson, e que tipo de influencia ele causa em um circuito detector feito de átomos para gerar sinais elétricos.

        Mas até que alguém me explique isso, duvido da existencia dos tais bósons, ou qualque outra partícula exótica inventada pela Física Quântica.

  4. levi permalink
    maio 19, 2015 6:31 pm

    Vai estudar mais que você não sabe o que está falando! Antes de sair postado o que pensa!!!

    • fevereiro 8, 2017 7:45 am

      Por que não podemos dizer o que pensamos? Por acaso estamos no tempo da Inquisição, correndo o perigo de sermos queimados na fogueira dos hereges, pecadores e blasfemadores?

      De fato dizer o que se pensa pode ser algo perigoso, pois como diria Martin Luther King, “Para criar inimigos não é necessário declarar guerra, basta dizer o que pensa”.

      Concordo que estudar é muito importante, mas para fazer ciência não basta apenas estudar e ser curioso, é preciso ter um mínimo de ceticismo, e isso inclui o ceticismo em relação os conceitos preestabelecidos pela própria ciência.

      No momento em que acreditamos em tudo o que a ciência prega, sem questionar nada, a ciência deixa de ser ciência e se torna uma religião.

      Já pensou se os conceitos e teorias científicas se tornassem dogmas? Nesse caso ficaria difícil dizer o que se pensa sem ser acusado de heresia científica, não é mesmo?

      E se Copérnico e Galileu não tivessem duvidado da ciência daquela época? E se eles tivessem acreditado cegamente que o Sol gira ao redor da Terra?

      Para fazer ciência é preciso duvidar do que está estabelecido, então cuidado para não levar tão a sério os livros de ciências, pois os livros podem ser superados por novas visões científicas.

      É claro que diversos conceitos científicos permanecem válidos perante o teste do tempo, pois a Terra ainda circunda o Sol, a gravidade ainda nos mantém presos ao solo, a teoria da evolução com certeza faz mais sentido do que o criacionismo, etc .

      Mas muita coisa na ciência pode ser questionada, revisada, reinterpretada, etc.

      Enfim, a parte mais legal da ciência é podermos duvidar da ciência e dizer o que pensamos.
      Logicamente isso não siginica que nossos pensamentos serão aceitos numa boa, sem contestação.
      Mas isso faz parte, pois ninguém é obrigado a concordar com o que pensamos, certo ?

  5. abigobaldo permalink
    junho 2, 2015 11:17 pm

    leiam mais e falem menos

  6. anonimo permalink
    outubro 15, 2015 6:27 pm

    Sim, pesquisadores sérios utilizam hipóteses da existência de dimensões extras para explicar fenômenos físicos reais. Mas nenhuma dessas pesquisas sérias sobre física de partículas ou de dimensões extras explica fenômenos paranormais. Eu diria que ainda não explica, no futuro podemos encontrar a partícula elementar e explicar muitos fenômenos considerados paranormais…

  7. Michael permalink
    novembro 15, 2015 12:12 am

    Não sei o pq da imagem com o símbolo da fisica como uma merda

  8. fevereiro 15, 2016 10:45 pm

    “Da mesma forma, um elétron pode estar com este ou aquele spin, mas isso não significa que ele contenha a essência de Deus ou esteja em contato com espíritos do além, ou qualquer bobagem assim.”

    Esta parte do seu artigo, representa a sua opinião.

    Concordo plenamente com você, quanto à física ser uma merda.
    Porém, não é só a física, a biologia e outras ciências beiram as merdas religiosas.
    A culpa disto, são seus malditos seguidores ortodoxos e fundamentalistas, me refiro aos ateus e religiosos.

  9. junho 29, 2016 10:12 pm

    ai ai , nem sei o que falar.

  10. Felipe Rocha permalink
    setembro 16, 2017 9:52 pm

    Ninguém explica Deus!!!! As coisas de Deus estão infinitamente além da nossa compreensão !!!E sempre vão estar !!!!

    • novembro 22, 2018 12:42 pm

      É verdade, Deus é um Criador muito sacana, Ele limitou as nossas capacidades cognitivas para que não possamos compreender coisas que estão além da nossa inteligência racional.

      Mas, como somos seres teimosos e não aceitamos as limitações cognitivas impostas por nosso Criador, resolvemos ir além do que Deus nos permite ver, usando para isso uma ferramenta profana, mundana e demoníaca capaz de ampliar as nossas capacidades cognitivas, a ciência.

      Se um dia vamos alcançar a tal consciência superior de Deus eu não sei, se é que existe um ser todo poderoso que opera além do espaço-tempo.

      Os ateus dizem que não existe, os crentes afirmam que conversam com Ele e que Ele pode resolver problemas existenciais e espirituais, mas eu particularmente prefiro usufruir do beneficio da dúvida sobre esse assunto.

      Nenhuma crença religiosa me satisfaz, e digo isso por uma simples razão lógica, se realmente existe uma consciência superior, um Deus, com certeza Ele deve estar muito além de qualquer crença espiritual humana, e você mesmo disse isso ao afirmar que não podemos explicar Deus, pois está além da nossa compreensão.
      E isso significa também que as religiões humanas não podem explicar Deus, pois Ele está além das religiões.

      Se existe um Deus é muito provável que as crenças humanas sejam muito primitivas para Ele.
      É a mesma coisa que observar o passado e refletir sobre o primitivismo dos nossos antepassados.

      Enfim, acho que uma consciência superior não precisaria se apoiar em alguma crença, uma consciência superior deve ter algo melhor do que uma crença para se apoiar, não acha?
      Imagino que deve ser algum tipo de sabedoria que por enquanto está além da nossa compreensão.

      E de certa forma é isso que a ciência busca, a ciência tem haver com saber e compreender.

      Deixo claro que a questão aqui não é um embate entre fé e ciência, na verdade a discussão entre crentes e ateus sobre esse assunto é um tanto inútil e improdutiva.

      Eu sigo aquela máxima que diz o seguinte: Acredite no que quiser!
      De fato acho que a espiritualidade é algo pessoal e intransferível, apenas acho chato, e estranho, quando algum crente fanático tenta me convencer que a sua “verdade” divina é superior a todas as outras crenças que existem nesse mundo.

      E outra coisa que acho estranho é quando misturam fé em Deus com a ciência, acho que isso é o que podemos chamar de conflito de interesses.

      Francamente falando, a ciência deveria ser laica, pois quando um cientista expõe algum artigo científico pouco importa no que ele acredita, o que interessa é o conhecimento que ele produziu e não a sua crença pessoal.

      E mesmo que esse conhecimento humano ainda esteja longe da tal consciência superior de Deus, o que você prefere? A ciência atual? Ou prefere o conhecimento escasso de tempos remotos no estilo Velho Testamento, sempre com medo e a mercê da ira de Deus, longe de compreender a sua peculiar e brutal forma de demonstrar o seu amor bipolar por nós?

      E pra finalizar aviso você que a Internet não foi criada por Deus, a Internet é uma ferramenta de comunicação completamente profana e mundana criada por humanos. E aqui, nesse ambiente virtual, o poder vertical do seu Deus não pode barrar o livre pensamento como acontecia na Idade Média (a não ser em países onde a Internet é controlada e censurada).
      Aqui ateus e crentes possuem o mesmo poder, e o que vale não é a fé e sim a forma de se expressar.

      Um pensamento inteligente, na Internet, tem muito mais valor do que o fanatismo e a fé cega.

      • novembro 22, 2018 2:39 pm

        E por falar em fé cega, ficaram sabendo do missionário que morreu a flechadas?

        Certos missionários cristãos tem essa vontade exacerbada de pregar o tal do evangelho, mesmo para aqueles que não estão interessados nesses assuntos de fé.

        E por que o missionário ignorou a advertência? A ilha é proibida para visitantes, então não foi por falta de aviso que ele morreu.

        Ele achou que a convicção religiosa dele era mais poderosa do que as flechas?

        Deus orientou ele para entrar nessa cilada?

        E será que valeu a pena o martírio da fé?

        Intrigante.

        Francamente não culpa a tripo da ilha por ter matado ele, é realmente irritante quanto alguém se mete na nossa vida e tenta nos doutrinar com algum Deus.

        Parece um filme repetido, não é? Ao longo da história a doutrinação religiosa foi brutal, mas desta vez o desfecho foi diferente, foi o doutrinador que se deu mal e não o doutrinado.

        É, me parece que dessa vez Deus estava do lado dos pagãos…

        • novembro 22, 2018 7:15 pm

          Só pra complementar, não estou em um movimento ateísta que visa destruir a fé e a esperança humana, não opero nesses extremos.
          De fato durante muito tempo a humanidade conseguiu sobreviver apenas com as suas crenças e com pouquíssimo conhecimento, e a ciência atual e os cientistas do nosso tempo precisam levar isso em conta, pois um cientista ateu extremista é tão prejudicial quanto um fanático religioso.
          Realmente não cabe a ciência se intrometer em nossas crenças pessoais e desqualificar a fé de cada um, isso se tornaria uma questão ideológica e não científica.
          A ciência não possui uma resposta clara sobre Deus, pois a ciência lida com fatos, e por enquanto não há fatos sobre Deus que possam ser computados.
          Mas é importante mencionar que as nossas ferramentas científicas mal começaram a explorar os mistérios do Universo, e detectar uma consciência superior ainda está aquém das nossas façanhas tecnológicas.
          Enfim, se existe algum Deus ele está além dos nossos instrumentos e da ciência atual.
          O mistério continua…

          Para os ateus esse mistério acabou, Deus não existe, mas os ateus não sabem tudo, certo?
          Os ateus mais extremistas apenas contemplam a nossa ciência falha como se não existisses nada além disso.

          Eu prefiro manter a minha mente aberta…

          • novembro 23, 2018 9:03 am

            Preciso adicionar uma nota de correção sobre o cara morto a flechadas.

            Ainda não está claro sobre o que ele era, novas informações dizem que ele não era um missionário, era apena um cristão aventureiro, então peço desculpa pela minha análise errônea sobre o caso.

            Mas não lamento a morte dele, pois lamentar a morte de alguém que não conheço soaria como falsidade no meu ponto de vista.

            Esse é um dos problemas com o jornalismo na Internet, as informações que chegam até os usuários podem estar incompletas, e no pior dos casos os “fatos” que nos são apresentados podem ser fake news.

            Vou ter mais cuidado em comentários futuros.

  11. Marta permalink
    fevereiro 27, 2018 3:22 am

    Kkkkkkk puts que piada! Tenho até pena! Acho que tu nunca leu o livro sobre nenhum físico quântico como fritjof Capra, Stephan William hawking, Amit Goswami e por aí vai.. todos eles em seus livros, relacionam a física com a espiritualidade. Apenas pelo fato de que a tudo é e energia e toda energia vive numa vibração, sendo ela negativa (vibração baixa) e positiva (vibração alta) e tudo o que pensamos e como reagimos com tais situações do cotidiano, influenciam na vibração dessas ondas de energia! Então vou parar por aqui que acho que já e o suficiente… vá se informar, fazer um phd em física quântica, meu jovem.. antes de sair falando o que não sabe e passando vergonha. (Não sei desta tal reportagem, mas posso afirmar que sim! Física quântica tem total conexão com Cosmos!)

    • novembro 25, 2018 9:41 am

      Hum, empoderada ela…
      Mas acho que entendo a crítica do autor do blog, realmente ocorre um tipo de oportunismo barato em cima da onda científica do momento, onde gurus sabichões usam a física quântica para disseminar as mais exóticas teorias, no intuito de explicar a conexão entre espiritualidade e ciência.

      Os cientistas mais ortodoxos chamam isso de pseudociência, um tipo de ciência fajuta que não esclarece, apenas confunde.

      Mas o que é ciência e o que é pseudociência ? Como distinguir uma da outra ?

      Isso fica a cargo do experimentador, é preciso avaliar, na prática, se o um conceito científico proposto é verdadeiro ou falso.

      Evidentemente existem conceitos científicos que extrapolam qualquer possibilidade experimental, mesmo assim esses conceitos teóricos são aceitos como fatos científicos.

      E ainda existe a possibilidade das simulações computadorizadas para testar um novo conceito, mas acho que simulações de novas teorias científicas podem se tornar um tanto traiçoeiras, ou seja, será que esse coisa que foi simulada realmente existe ou funciona ? Além da simulação você tem o fato científico para provar que você está certo? Você conseguiu encontrar ou tem em mãos essa coisa que foi simulada? Enfim, se a ciência é feita de fatos queremos os fatos.

      E o espírito, será que existe de fato ? Ou é apenas superstição ?

      A ciência já tem um veredito sobre isso ?

      Vou arriscar um consenso geral sobre isso, a resposta da ciência é que espírito não existe.

      Obviamente não é possível generalizar, muitos que estudam ciência encaram o espírito com naturalidade e normalidade.

      Os materialistas de plantão repudiam isso com todas as forças, já que no ponto de vista deles a consciência é um produto do cérebro, e quando o cérebro morre a consciência desaparece.

      A seguir reflito sobre isso através um linha de raciocínio que considero interessante.

      Corre por ai o desejo de usar a tecnologia para criar um tipo de vida eterna, mas me parece que os entusiastas sobre esse assunto são céticos sobre o espírito.

      O que eles querem é encontrar um meio de transferir a consciência para um cérebro artificial.

      Porém, se a consciência é um produto do cérebro afirmo essa experiência está fadada ao fracasso.

      Por que a experiência não vai funcionar? Se a consciência é um produto do cérebro significa que ela não pode ser transferida para outro local, pois sem o cérebro a consciência não sobreviveria.

      Para que esse experimento futurista desse certo a consciência deveria ser libertada do cérebro e então transferida para o tal cérebro eletrônico, ou seja, a consciência deveria ser algo independente do cérebro.

      E que nome poderíamos dar a uma consciência independente do cérebro? Será que entidade espiritual serve ?

      Francamente acho fantástico essa possibilidade de transferir o nosso espírito para um novo corpo, no estilo Altered Carbon.

      Mas por enquanto isso é apenas ficção científica, e o famigerado espírito é apenas uma fantasia dos tolos, certo ?

      Quando morremos desaparecemos, pois só existe a matéria e nada além disso…

      Se a ciência diz que não existe espírito então não existe mesmo, e assim podemos ficar tranquilos …

      Ah, é tão bom quando a ciência simplifica esses assuntos espirituais para nós , não é ?

      É só morrer e desaparecer, simples assim…

      Então lamento informar Marta, mas esse negócio de espirito e espiritualidade é uma monte de bobagem para a ciência, e todos os casos relatados sobre o contato com o tal plano espiritual são falsos perante a ciência.

      Mas espere um momento, agora fiquei um pouco confuso sobre isso.

      Será mesmo que todos os casos de contato com o plano espiritual são falsos? São tantos casos intrigantes de contatos com espíritos, alguns desses contatos são tranquilos e leves, e outros casos assumem a forma de assombração e são pesados e sombrios.

      É obvio que ocorre falsidade no contexto espiritual, mas falsidade tem em toda parte, inclusive na ciência.

      Quer saber, acho que é um exagero da ciência afirmar que tudo sobre o contexto espiritual é falso.

      Realmente não compreendo por que a ciência faz essa vista grossa para o espírito.

      O que está em jogo aqui ? O que a ciência ganha com a negação do contexto espiritual ?

      Aceitar o espírito fere o ego da ciência, será que é isso ?

      Isso não é uma questão de fé, o contexto espiritual pode perfeitamente ser abraçado por algum tipo de metodologia cientifica.

      A ciência só tem a ganhar ao explorar o contexto espiritual, portanto não compreendo essa negação científica infantil sobre o espírito.

      Mas, se querem continuar negando esse assunto por mim tudo bem.

      • novembro 27, 2018 11:05 am

        Olha, sei que a ciência não é uma pessoa ou um grupo de pessoas, ciência é um substantivo.
        Mas pra facilitar a codificação textual usamos esse atalho linguístico informal que transforma substantivo(s) em indivíduo(s), no intuito de abraçar um contexto mais amplo.

        Enfim, a linguagem permite esse tipo de flexibilização criativa.

        Sobre a questão da consciência e do cérebro posso dar mais um exemplo intrigante sobre isso.

        Podemos fazer uma analogia tosca onde o cérebro é o hardware, e a consciência é o software.

        Digo que é uma analogia tosca por que comparar o cérebro com um hardware de computador, que opera de forma digital, é claramente um insulto a nós, seres pensantes e com vontade própria.

        E mesmo em um nível de processamento quântico, ainda é difícil acreditar que uma máquina, dotada de inteligência artificial, possa superar o cérebro quando o assunto é imaginação criativa.

        O personagem Data, de Star Trek, ainda está fora do nosso alcance tecnológico.

        Mas voltando ao assunto questiono o seguinte, o software é um produto do hardware ?

        Um microprocessador pode criar, a partir do zero, o seu próprio software ?

        Até onde sei isso não é possível, o funcionamento do hardware de um computador depende de um fator externo a ele, o programador, aquele que vai produzir o software.

        Evidentemente você pode afirmar que um computador é capaz programar a si mesmo, é a inteligência artificial.

        Mas mesmo assim algum programador teve que inserir um software inicial no hardware para iniciar o processamento da inteligência artificial.

        Onde quero chegar com isso ? É simples, o hardware não pode criar o software a partir do zero, e por analogia, o cérebro não pode criar a consciência a partir do zero.

        A consciência é inserida no cérebro e está acima do cérebro, da forma que o software é inserido no hardware e está acima do hardware.

        Logo, a consciência não é um produto do cérebro, e igualmente o software não é um produto do hardware.

        O cérebro não é o começo ou o fim, ele é apenas um meio, uma espécie de avatar de algo maior.

        Espero que tenham curtido a minha viagem metafísica e psicodélica sobre o assunto.

        Bom final de ano.

        • novembro 27, 2018 1:56 pm

          Preciso corrigir uma frase no comentário acima:
          A consciência é inserida no cérebro e está acima do cérebro, da mesma forma que o software é inserido no hardware e está acima do hardware.

          Pronto, agora ficou melhor.

  12. Carlos Goulart permalink
    agosto 17, 2018 12:16 am

    Só interessante que Buda dizia [vc é o resultado do que pensa e tudo é ilusão o maya] então ele era um religioso distorcendo a física quântica?

    • agosto 17, 2018 10:29 am

      Então se eu pensar que sou uma marmota eu me torno uma marmota ? Hehehe

      Acho que a diferença básica entre o pensamento de Buda e a física quântica é que Buda pensava sobre a vida, e sobre a realidade, através de uma visão holística, e a física quântica é uma visão compartimentada da realidade.

      A ciência separa o conhecimento em áreas distintas para facilitar o estudo especializado em cada área, então temos a química, a matemática, a história, a física, etc.

      Essa separação entre as áreas do conhecimento é útil para aprofundar o conhecimento em uma determinada área, como é o caso da física quântica por exemplo.

      Mas é preciso tomar cuidado com essa separação, pois fica evidente que a especialização em uma determinada área do conhecimento pode nos levar a uma visão compartimentada da realidade, em outras palavras, o especialista pode se tornar um bitolado.

      E posso dar um exemplo sobre isso, com uma alegação infeliz do falecido físico Stephen Hawking:

      “Muitos de nós não nos preocupamos mais com essas perguntas, entretanto, questões como ‘de onde viemos?’ ou ‘para onde vamos’, que eram tradicionalmente questões filosóficas, hoje são recorrentes exclusivamente para a ciência. Os filósofos atuais não têm estudado de acordo com as descobertas mais recentes da física, e por isso, a filosofia está morta hoje.”

      Não foi só ele que disse isso, parece que hoje em dia está na moda dizer que a filosofia está morta, e na minha opinião esse tipo de alegação reflete um pensamento bitolado por parte dos especialistas.

      Filosofia significa amor pela sabedoria, e a filosofia é, de fato, mais abrangente do que qualquer área do conhecimento, e reflete a preocupação com temas fundamentais relacionados com a nossa existência.

      Além disso a filosofia pode explorar as diversas áreas do conhecimento, ou seja, ela pode remover a compartimentação das áreas científicas para nos dar uma visão mais abrangente sobre a realidade e sobre nós mesmos, enfim, a filosofia busca a tão almejada visão holística, a visão alcançada por pessoas iluminadas, como Buda.

      E sobre maya, a ilusão, isso faz muito sentido quando despertamos para a ideia de que toda a matéria do universo pode ser convertida em energia, ou seja, a matéria é uma ilusão gerada pela energia do universo.

    • agosto 17, 2018 12:32 pm

      Só pra deixar claro a minha posição, não estou julgando o comentário de Hawking, pois sou um adepto extremista da liberdade de expressão.

      Para um cientista como ele, que buscava sentido na Física, não vejo nenhum gesto de sabedoria ao tentar diminuir o papel da filosofia.

      Vai ver ele arranjou algum desentendimento com um filósofo, e por isso lançou essa pérola ao assassinar a filosofia…

      Mais ele devia ter matado o filósofo e não a filosofia, hehe

  13. agosto 18, 2018 10:28 am

    Se alguém quiser contra argumentar sobre a filosofia, e confirmar que ela está morta, fique a vontade para filosofar sobre isso.

    Quero compreender os motivos que nos levaram a matar a tal da filosofia.

    Mas posso dar exemplos de que a filosofia está bem viva, e profundamente entranhada no conhecimento humano. E se tentarmos remover ou desqualificar a filosofia, a ciência desmorona.

    É possível, através de ferramentas atuais, acumular montanhas de evidências e dados científicos. Porém, se não conseguimos encontrar um caminho para desdobrar e interpretar todas essas informações em algum pensamento científico sólido e útil, todo esse excesso de informações se torna inútil.

    Aqui fica evidente que é necessário filosofar em cima dessas informações acumulados, pois esse é o papel da filosofia, ligar os pontos e interpretar o que está acontecendo!

    Para a teoria da relatividade geral de Einstein usa-se o termo experiência mental, ou seja, Einstein bolou essa teoria em sua mente.

    Mas no meu ponto de vista a experiência mental está intimamente ligada a filosofia, em outras palavras, podemos dizer que Einstein filosofou sobre esse assunto até chegar na relatividade geral.

    Outro exemplo, Charles Darwin saiu a campo para buscar evidências, e o que ele fez em cima dessas evidências? Ele filosofou em cima das evidências e produziu A Origem das Espécies!

    E sobre aquela famosa obra de Newton, lembram do título da obra?

    Princípios Matemáticos da FILOSOFIA Natural!

    Pois bem, concluo que a filosofia não está morta, na verdade a filosofia foi útil em todas as áreas do conhecimento.
    O caminho racional, usado por grandes pensadores, é a filosofia.

  14. outubro 10, 2018 6:12 pm

    Legal, muito bom cara.
    Como vc disse, eu concluo que não há limites para a imbecilidade humana, principalmente para conseguir atenção. O pior é usar da mecânica quântica, seja para o esotérico, seja para vender a poha de um colchão (ashhuahsuahs). Precisamos urgentemente de treinamento do ceticismo para a população e toma-lo como um valor humano.

  15. novembro 30, 2018 4:24 pm

    Fiz diversos comentários, mas não cheguei a comentar a postagem em si.
    Concordo com o autor da postagem sobre o charlatanismo quântico.

    E se o auto do blog quiser apagar os meus comentários fique a vontade.
    Se pudesse eu mesmo apagaria os comentários que escrevi, mas infelizmente o blog não permite tal controle de exclusão sobre os próprios comentários.

    É como se o blog se apropriasse dos meus comentários, hehe

    Não que eu esteja arrependido de ter comentado, mas acho um pouco irritante não ter o controle sobre o que escrevi.

    São apenas pensamentos passageiros, sem valor científico.

    Acho que era isso, esse é o meu último comentário no blog.

    Bons estudos a todos, e que a ciência avance em todos os sentidos, e nos permita subir algum grau de consciência, para alcançar uma nova dimensão da realidade.

    Sim, eu sei que o planeta está a perigo, e que tudo pode dar errado no caminho.

    Mas e daí? A vida não é uma constante superação?
    A natureza nos impõe desafios, e a evolução supera esses desafios…

    Fim.

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